A formação aconteceu no âmbito do projecto “Educação para os Direitos Humanos em Angola 2017-2020”, criado pelos Governos de Angola e da Noruega.
Jornalistas angolanos de diferentes órgãos de comunicação do país, terminaram na Sexta-feira o segundo ciclo de formação em matéria de Direitos Humanos, que decorreu durante cinco dias na cidade de Oslo, Noruega.
O segundo ciclo de formação tem como objectivo aumentar e melhorar o grau de compreensão sobre os diversos instrumentos jurídicos internacionais e regionais de Direitos Humanos, e capacitar os jornalistas sobre os direitos Humanos. Segundo o director do gabinete de Comunicação do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, António Cruz, a formação correspondeu às expectativas.
O responsável destaca que a formação visa assegurar uma estratégia de direitos humanos em todo o país. Por sua vez, o director Nacional de Publicidade do Ministério da Comunicação Social, Jorge Filomeno Manaças, acrescentou que o curso de diploma de formação dos medias foi de grande relevância, por tratar de temas pertinentes, entre os quais a liberdade de expressão e a sua realização no âmbito da liberdade de imprensa. Sublinhou que a formação foi bastante interessante por juntar especialistas de diversas áreas, dos recursos humanos, do direito, da antropologia, entre outros.
“Foi uma formação interessante e abrangente, atendendo o actual paradigma que Angola vive”, disse. Referiu ainda que a actividade dos jornalistas requer a formação contínua, para que o jornalista esteja munido ou dotado de vários conhecimentos.
Durante uma semana de formação, foram tratadas questões realacionadas com os desafios-chave do sector norueguês da media, bem como questões de relevância, com principal ênfase para a liberdade de expressão e acesso à informação, difamação e calúnias, segurança cibernética, entre outros.
O curso foi projectado para ampliar as perspectivas dos participantes e aprimorar as suas oportunidades de integrar quer os princípios chave, quer as abordagens.
A delegação angolana fez também visitas a diferentes instituições norueguesas, nomeadamente ao Ministério das Relações Exteriores da Noruega, onde foram recebidos e informados sobre o seu funcionamento, assim como a Fundação da Liberdade de Expressão, a Comissão de Reclamações da Imprensa Norueguesa, onde, entre outros aspectos, ficaram a saber quais são os principais desafios actuais, assim como o Sindicato Norueguês de Jornalismo, com uma abordagem geral da visão actual dos media, seu funcionamento, compromissos internacionais e, também, os maiores desafios actuais.
Visitaram também o Centro do Prémio Nobel da Paz, um museu com formato digital onde estão expostos diferentes rostos dos vencedores do Prémio Nobel, assim como uma visita à estação pública de rádiodifusão da Noruega, denominada NRK. Por outro lado, foi realizada uma palestra na qual o jornalista ugandês Charles Onyongo abordou os modelos de propriedade politicoeditoriais e prioridades na África subsahariana, onde a delegação angolana fez uma breve síntese do estado actual da comunicação social em Angola.
Para o jornalista da Rádio Escola José Caculo, a formação serviu não só para conhecer a realidade da media Norueguesa em termos de liberdade de imprensa e de expressão, mas também para melhorar a abordagem em matéria de direitos humanos e não só. Além de jornalistas, participaram na formação representantes do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos e também do Ministério da Comunicação Social de Angola.
Noruega reafirma compromisso em expandir o curso O director do curso de formação sobre media, Joaquim Nahem, destacou que o objectivo do projecto é, sobretudo, aumentar em Angola o nível de cultura relacionado com os direitos humanos.
Sendo assim, além dos jornalistas, o curso vai envolver quer o Governo, sociedade civil, instituições de ensino, entre outros. A formação será realizada anualmente em dois ciclos, por forma a envolver todos os actores da sociedade angolana Para tal, o responsável avançou a, OPAÍS que dentro em breve visitará Angola, onde já pensa em visitar a província da Huíla. “O objectivo é formar o maior número possível de jovens angolanos e alargar o projecto para outras províncias, além de Luanda”, explicou.