A campanha de registo civil dirigida às comunidades, chega a localidade do Bengo, município do Negage, província do Uíge.
No local, Paulo Lucas, responsável de uma brigada de registo composta por oito elementos, explicou que Bengo era a terceira localidade onde efectuava o registo comunitário. Antes, a sua brigada passou por Quisseque e Dimuca. A seleção das localidades para fazer o registo é feita pelo Conservador e, normalmente, resulta de uma pesquisa informativa sobre o número de crianças sem o registo. As equipas do registo trabalham em coordenação com as autoridades locais, sobretudo os Sobas que ajudam na sensibilização da população para aderirem ao registo civil.
Segundo o coordenador Paulo Lucas, as dificuldades são de vária ordem, mas o maior constrangimento consiste no número elevado de adultos sem registo que pretendem registar os seus filhos, os quais são registados primeiro para, posteriormente, se fazer o mesmo com as crianças.
“Nesta localidade do Bengo, por ser um bairro próximo a unidade militar, existem muitas crianças sem registo por falta da documentação dos pais. Muitos são filhos de militares que cumprem missões por tempo determinado”, disse.
Paulo Lucas sente um grande orgulho pelo trabalho que faz, principalmente quando chega a uma localidade e encontra recém-nascidos para registar. “É muito importante registar as crianças, porque é partir do registo civil que ganham a cidadania.”
Isabel Correia da Silva, que aproveitou a presença dos brigadistas para efectuar o seu registo e das suas filhas, contou que não o tinha feito antes por falta de documentos do pai das crianças, que é militar e foi transferido para outra província. Como as crianças já estão em idade escolar, para não serem prejudicadas, registou-as sem o nome do pai e sente-se realizada por ter registado as suas filhas que agora já podem ir a Escola. Isabel aconselha todas as mães nas mesmas condições a registarem os seus filhos sem o nome do pai.